No ano de 1822, diversos grupos das elites brasileira e portuguesa
discutiam quanto aos rumos que os países deviam tomar. Aristocratas e
comerciantes do Brasil buscavam mais liberdade, em termos econômicos e
políticos. Já as Cortes portuguesas desejavam uma recolonização do
Brasil. Pedro de Alcântara, reunindo os interesses da opinião pública
brasileira, de sua esposa d. Maria Leopoldina e do ministro José
Bonifácio, decidiu por proclamar a independência do Brasil.
Quando estava às margens do riacho Ipiranga,
no estado de São Paulo, recebeu uma correspondência de d. João VI, seu
pai e rei de Portugal, o qual exigia submissão ao Reino Português. Nesse
momento, d. Pedro teria gritado as famosas palavras “independência ou
morte!”, passando a ser o imperador do Brasil, aclamado e coroado, no
final daquele ano.
A independência, no entanto, foi mais burocrática do que heroica. Para
ser reconhecido como país independente, o Brasil precisava do
reconhecimento oficial das outras nações. Para isso, mediante acordos
comerciais extremamente desfavoráveis ao nosso jovem país, a Inglaterra
usou seu exército de mercenários e seu prestígio internacional para
garantir a independência. Além disso, nosso governo pagou a indenização
de dois milhões de libras esterlinas a Portugal. O reconhecimento veio,
finalmente, em 1825.
Em um mundo globalizado, regido pelas multinacionais, é impossível
conquistar uma verdadeira independência dos interesses políticos e
econômicos que manipulam as nações. No entanto uma visão menos heroica e
mais realista de nosso passado pode nos ajudar a perceber que rumos
nosso país precisa tomar.
INDEPENDÊNCIA OU MORTE!